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- Sei lá, a vida nos obriga a mudar. O contexto em que vivemos, as necessidades, as amizades. A gente acha muitas vezes que tá fazendo o que é certo, ou que vai agradar, e nem sempre é por aí. Às vezes a gente erra mais do que acerta, no caso de muitos, quase sempre. É difícil viver em função de coisas mais específicas, mas é preciso. É difícil viver num mundo diferente, onde cada um internaliza suas necessidades e acaba muitas vezes se tornando soberbo, fútil, até mesmo desprezível. É sempre muito fácil falar, mas viver na pele a necessidade disso tudo é inexplicavelmente difícil, mas é preciso seguir em frente.

Bem que minha mãe costuma dizer: o ser humano é o pior ser que pode ter existido, só Deus mesmo pra conseguir amá-lo de tal forma. Generalização é burrice. Tem gente que nasce destinada a sofrer, tem gente que nasce destinada a fazer as outras felizes, tem gente que nasce destinada a fazer coisas que ninguém entende. Destino? Não acreditava, mas sei lá, acho que em determinado momento da vida, nos sentimos obrigados a acreditar nele. Ou não né?

Falar, falar, falar, e não chegar a conclusão alguma. É como me sinto nesse momento. É muito difícil contextualizar sentimentos tão confusos, tão dissipados, tão criticados. O amor que sinto nesse momento, eu sempre pensei que fosse o suficiente pra manter estável qualquer adversidade que me atingisse. Não, talvez não.

O amor constrói, defende, faz feliz. Completa, compartilha, APÓIA. Mas em determinado momento, talvez, cansa. Não necessariamente de sentir, mas de estar ali, quando a pessoa amada mais precisa. Saber entender isso tudo é tão difícil, ainda mais pra quem sempre achou que nunca estaria só, e hoje, assim se sente.

Incompleto, incompetente, INCONSEQUENTE. Acima de tudo, ser humano.

Talvez não seja digno, mas hoje meu coração dói. Por todo um passado difícil, que talvez tenha voltado. Não, não podia ter voltado, mas possivelmente voltou. Voltou, incomodou, quase conseguiu. Afetou, afetou muito, mas não mudou. Não, não fez regredir. Pode ter certeza de que tudo o que podia regredir, caiu por terra ontem, e nunca mais vai me afligir, porque o que é construído em base firme ninguém mata, derruba nem destrói. Ninguém.

Obrigado sempre a todos aqueles que estiveram comigo em momentos difíceis, e que compartilharam comigo a dor da necessidade.

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo: a tua vara e o teu cajado me consolam.” (Salmo 23.4)

Márcio C. Freitas:)